As tendências no mercado de energia solar têm sido cada vez mais relevantes, especialmente considerando o cenário atual de investimentos no Brasil. Com mais de R$ 12 bilhões já atraídos para o setor, segundo a ABSOLAR, é evidente que há um grande potencial de crescimento.
Além disso, as projeções indicam um aumento significativo no mercado de armazenamento de energia, com uma taxa anual prevista de crescimento de 12,8% até 2040.
Neste artigo, vamos explorar algumas das principais tendências nesse segmento e como elas estão moldando o futuro da energia solar no país e ao redor do mundo.
Investimento ultrapassa R$ 12 bilhões em 2024
A energia solar já atraiu mais de R$ 12 bilhões em novos investimentos para o Brasil somente em 2024, somando as usinas de geração distribuída e centralizada. Isso representa um aumento de 50% em comparação aos R$ 8 bilhões investidos nos primeiros três meses do ano passado, conforme dados da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica).
Desde o início da expansão da energia solar no país, em meados de 2012, foram contabilizados R$ 193,4 bilhões em novos investimentos, segundo cálculos da entidade.
Energia solar é uma das principais fontes renováveis a ganhar destaque no mundo
Nos Estados Unidos, a energia solar já é a principal fonte de energia alternativa. Ao todo, são produzidos 141.8 GW. Na China, maior produtor de energia solar do mundo, a geração ultrapassou os 430 GW.
Como comparação, no Brasil atualmente a produção é de cerca de 40 GW, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Ainda de acordo com a agência, em março de 2021 não havia sequer 10 GW de potência instalada. Ou seja, um crescimento de 4x em três anos.
Tecnologias de armazenamento de energia
Com tantas possibilidades de armazenar a energia solar, para onde vai o que sobra? Sabemos que os créditos são revertidos em descontos na conta de luz — e usados em momentos os quais não recebemos incidência solar, como no período noturno, mas ainda é necessário pensar em formas de tornar as tecnologias de armazenamento mais modernas e sustentáveis.
Ao redor de todo o mundo, há investimento em tecnologia de baterias de longa duração, que pode armazenar a energia gerada por fontes renováveis no seu pico e liberá-la na rede quando for necessário.
Além de melhorar a eficiência e reduzir o desperdício, isso também aumenta a confiabilidade da rede, fornecendo uma fonte de eletricidade mesmo se as usinas ou instalações de geração não estiverem funcionando como esperado.
As baterias domésticas também serão populares, operando sob o mesmo princípio através do sistema solar ou turbina eólica do proprietário.
Pensando no futuro, segundo a consultoria Clean Energy Latin America (CELA), o mercado de armazenamento de energia no Brasil está projetado para crescer 12,8% ao ano até 2040, adicionando 7,2 GW de capacidade instalada e movimentando US$ 12,5 bilhões.
Essa expansão pode alcançar 18,5 GW durante o período, desde que sejam implementados incentivos e metas para integrar a energia solar em território nacional.
Atratividade dos custos será um dos fatores de expansão no mercado mundial
Especialistas acreditam que a energia solar tem potencial de crescimento ainda maior em países em desenvolvimento, como o Brasil.
Isso porque a fonte de energia é mais barata e já pode apresentar uma diminuição de custos logo na primeira conta de luz, um estímulo para pessoas que estejam em busca de economizar, principalmente quando gastam um valor significativo do salário na conta de luz. As temidas bandeiras vermelhas não serão mais motivo de preocupação.
Outro fator de atratividade são os estímulos para a instalação dos painéis solares, como linhas de crédito.
A própria EletroBidu é uma autorizada bancária e consegue oferecer linhas de crédito aos clientes. Pensando no financiamento, as parcelas podem ficar próximas ao valor antigo da conta de luz. Nesse caso, o cliente utiliza a economia para pagar o financiamento, sem necessidade de descapitalizar.
Tecnologia blockchain entra como aliada da energias solar
Essa tecnologia vem para desenvolver um mercado chamado de P4P, Peer to Peer, algo como De um colega para outro. A ideia é conectar pessoas que geram energia solar com aquelas que gostariam de contratar os créditos para sua casa ou residência, em busca de fontes mais limpas e econômicas.
Esta tecnologia permite transações diretas, seguras e transparentes, eliminando a necessidade de intermediários, como as concessionárias.
Em um mercado de comércio de energia solar P2P, indivíduos ou empresas com instalações de painéis solares podem gerar mais eletricidade do que consomem. Em vez de devolver esse excedente de energia à rede ou armazená-lo, a tecnologia blockchain permite vendê-lo diretamente aos consumidores próximos.
Os contratos inteligentes baseados em blockchain facilitam a execução contínua e automática das transações, garantindo que os fornecedores de energia sejam devidamente compensados pela sua contribuição.